26 junho 2010

Quase de férias


Queridos, nem vou reclamar porque trabalho demais, porque isso é sempre, sempre uma benção. E tenho sorte, vamos combinar, meus alunos são uns fofos.
O grande lance dos últimos tempos foi a mudança de uma oitava que era fria ( fria? gélida!) e está uma gracinha, mas uma gracinha de tal forma que vou toda serelepe dar aulas pra eles...e antes, eu parecia um gato tomando banho, na porta da sala.
Hoje trabalhei em um cursinho para Enem, algo que faço pra deixar meus sábados mais divertidos ( hahahahah, rola, rola...).
Brincadeiras à parte, o trabalho é bacana.
O complicado foi voltar de Pira cantando ao volante e me perder: exatamente por que eu me perco em estradas? Não sei, mas eu surgi em Vinhedo, não me perguntem como.
Vim para a casa da minha mãe, vou sair com meu irmão querido que mora em São Paulo. Tô aqui esperando a pessoa se embelezar. Aproveito pra ver MasPoxaVida, ler blogs e escrever essas bobagens.
Daniel foi em um show: o segundo da sua vida. E eu digo pra vocês: é difícil ser mãe de adolescente, viu? Difícil mesmo. Um stress. Mesmo um cara legal como meu filho, é uma idade complicada.
Amanhã a programação vai ser: fazer um almocinho para o garotão que vai acordar tarde, terminar de corrigir umas provas, lançar umas notas e preparar as atividades da última semana.
Por hora, pensei em finalizar a oitava com dois trechos do youtube( tenho usado muito youtube em aula) com trechos de Olhos Azuis e aquele videozinho da boneca branca/boneca negra.
Pensei nisso porque quero incluir a discussão de racismo e pensei muito sobre o que uma aluna querida disse: que eles estavam melhorando porque eu havia elogiado e eles queriam corresponder aos elogios.
Como fica alguém crescendo não apenas com pouco /nenhum elogio, mas criticas sistemáticas?
Se eu conseguir fazer a discussão render, fico feliz.
Aí coloco pilha para os debates que quero fazer no semestre que vem. Comecei a fazer as avaliações da aula: sempre fiz isso semestralmente, para localizar o que está bacana e o que precisa mudar. Estou adorando o resultado.
Eu não digo pra vocês? Meus alunos são uns fofos.

21 junho 2010

Viajante





Isso é bom demais, heim? Bom demais. Vi apenas um show dele, onde a mulherada estava histérica - com toda a razão, vamos combinar - e quando ele chegou com aquela camisa branca e tirou o chapéu, quase desmaiei.
Essa é uma das músicas que gosto de colocar de novo e de novo, durante um tempo indefinido.
Em julho vou escrever direito, por hora, musiquinha para os queridinhos que ainda aparecem por aqui.
beijos, fé.

19 junho 2010

Bicho de sete cabeças

Eu e minhas ideias de jerico. Dia do jogo do Brasil, show gratuito do Zeca Baleiro: pensei...vou, né? Estou enfiada no trabalho há dias, sem sair, sem nada...mereço uma dose de Zeca.
Ok.
O Brasil jogou, até entrei no clima. Gritei, levei uma cabeçada do cachorro da minha prima, debati a beleza de alguns jogadores, vi um monte de coreanitcho formando uma muralhinha da China, quase chorei ao ver o coreano chorar no hino dele ( o apelido dele durante o jogo foi "Chorão", claro), ri do "cala boca, Galvão", comi besteiras e tomei coca-cola.
Acabou o jogo, fui para o D. Pedro. Cheeeeio, muiiiito cheio. Consegui um lugar longe pra sentar, um batalhão ficou na minha frente, faltava UMA HORA pra começar, desencanei, fui andar.
Hora do show, voltei, o povo parou nas escadas. Burra, entrei na multidão, quando vi, estava ilhada, ilhadinha da silva: não dava pra ir embora, as escadas estavam tomadas. Fui passando pela multidão e foi me dando um treco, uma falta de ar, já estava a ponto de dar um piti.
Consegui chegar ao outro lado, ou seja, fiquei atrás do palco. Não disse? jerico.
Só dava pra ouvir o show. Precisava de açúcar, açúcar...me joguei em um milk shake. Melhorou, mas não muito, Zeca dói, às vezes. Olha só o vídeo que capturei o youtube.
O caso é que em dado momento, lá para o finalzinho do show, sai do lugar ingrato que estava e fiz como outras pessoas: subi em uma cadeira.
Mas vi Zeca de lado, só de lado. A coisa boa foi que fiquei em um ângulo onde via o rosto do público, do povo do gargarejo. Muiiiito maneiro: todo mundo sorrindo, um astral fora do comum. Mágico, completamente mágico.






18 junho 2010

Sexta correndo

Não consigo arrumar tempo para escrever. Final de bimestre é fogo: provas, correções, textos, notas, etc. Amanhã vai ser pauleira, dou aulas o dia todo e preciso preparar cem questões, lançar notas, corrigir redações, preparar aulas e, se der tempo, respirar.
Nenhum tempo pra ler os blogs que adoro tanto. Nem pra ir na CPFL....se vocês forem, me contem. Mas eu sugiro que pulem a sexta por hora, o curador é um médico que está mergulhado em um determinismo biológico pior do que Lombroso. Eu passo.
Parece que a programação de terça e quinta está bem bacana.
Ainda estou atracada com Crime e Castigo, sem tempo de sofrer com aquele psicopata...rs...e estou relendo O Retrato do Rei, de Ana Miranda, por conta do tema trabalhado com a sétima série.
Não desistam de mim, juro que volto. Beijos e até breve.

12 junho 2010

Eu e Daniel em Salvador


Eu estava lendo um dos meus blogueiros favoritos e fiquei pensando na viagem que fiz pra Salvador.
Começa que não tenho medo de voar, mas detesto a decolagem. O ar vai pra algum outro lugar que não os meus pulmões e fico colada na cadeira, com cara de quem assistia cine catástrofe quando era criança.
Nesse dia, o cara que estava na janela papeou com o Daniel e eu me concentrei em procurar o tal ar que tinha sumido.
Quando cheguei...apavorei: parecia Caxias, e ninguém merece Caxias....pensei, desolada, então é isso aqui?
Logo a tal paisagem mudou diametralmente, fiquei em um bairro que o Rafael, diz em seu texto, que um dia foi Leblon e que hoje, é , no máximo, Copacabana.
Eu, na minha condição de pobretona deslumbrada, achei tudo lindo. Lindo.
Cheguei no hotel e quando vi que tinha até um stand da H Stern, quase tive uma síncope.
Estava louca pra ir no Pelourinho, fui praticamente todos os dias. Me acabei naquela pimenta maravilhosa, comprei presente até pro gato da vizinha, ou seja, mais turista, mais paulista, impossível.
O mercado modelo não foi bem o que eu esperava, o mercado da minha imaginação era melhor. Mas na saida, sentar pra comer um troço que Daniel falou que parecia olho de sapo ( não comi, depois disso) e ver aqueles Tony Garridos jogando capoeria foi o máximo.
Não sei como é o paraíso de vocês, mas no meu tem um monte de Tony Garrido jogando capoeira. Ah, tem o Reynaldo Gianechini também.
Um dos dias em que a gente estava no Pelourinho, entrei em uma galeria. Reparei em uma escada antiga, de madeira, bonita.Fui ver o que tinha escrito, reparei que havia uma plaquinha.
Bom, gelei, a perna tremeu,senti um aperto indescritível no peito quando li: "Aqui Jorge Amado viveu quando estudante e escreveu Suor".
Provavelmente hoje, eu releria Jorge Amado com ressalvas, provavelmente o acharia maniqueísta, coisa e tal...mas o fato é que li, e li muito, quando tinha 12 anos. Foi através dele que comecei a pensar em conhecer a Bahia e foi através dele que comecei a gostar de política.
A tal escada estava presente todo o tempo no romance, eu me lembro perfeitamente disso, e me deu um troço ver o lugar que o inspirou, deu um troço mesmo.
Adorei ver as ruas com nome de personagem, achei deliciosamente insólito.
Achei as praias de uma beleza arrebatadora, e curti com todos os meus limites, porque não tomo sol nunca.Daniel fez tatto de henna, a gente continuou a orgia das pimentas.
Uma coisa me irritou barbaramente: o tal tempo baiano.
"São só cinco minutos....mas cinco minutos baiaaaanos"..eu tinha impetos de socar a cara do fulano. Quando perguntei , em um determinado lugar, onde havia taxi, o cara mandou essa (juro!!)
- Vá de taxi não...é muito rápido.....
O que eu poderia responder? Que sou uma palixxxxxxta otaaaaaaaaria? E que tenho muita, muita pressa todo o tempo? ...rs. Pois é.
Mas o bom, o bom mesmo era ouvir o tempo todo, minha rainha pra cá, minha rainha pra . Eu nem sabia que existia esse hábito, mas a-d-o-r-e-i...pode me chamar de rainha que vai rolar gorgeta, e como vai. Eu compro o que o fulano estiver vendendo.
Ser rainha é bom demais da conta.



********post originalmente publicado em dezembro de 2006.

07 junho 2010

o beijo que não era de klimt


Eu já contei por ai, entre um coment e outro, mas agora vou assumir.
Eu fiz teatro na adolescência. Pronto, falei. Tô vermelha, gente.
Porque adoro teatro, adoro mesmo. Acho que uma boa peça é sempre uma experiência única, mas teatro amador é o ó do borogodó.
Os ensaios vão sempre virando uma coisa que mescla sessão de descarrego com terapia em grupo. E levado a sério, muito a sério.
Eu tinha 16 anos e queria mudar o mundo, como muita gente aos 16 anos.Mas hoje, com 38, não posso deixar de lembrar divertida dos exercícios. Já que é pra chutar o pau da barraca, vamos lá.
Uma vez, em um curso, o "diretor" pediu que todo mundo levasse um lençol na aula seguinte. Levei. Aí ele me manda essa: era pra todo mundo vestir o lençol (note : SÓ O LENÇOL) e sair pulando pela rua, em uma versão tupiniquim das bacantes.
Fala sério.
Coloquei o lençol em cima da camiseta e do jeans. Horrorizados, os outros olhavam pra mim e pra umas outras três alunas ( que também estavam vestidas sob o lençol) penalizados diante de nossa - nas palavras deles...- "travação e repressão".
(Ok, vai ser desinibido, sem repressão e andar pelado de lençol na rua, vai fundo, dou a maior força. Mas eu passo, obrigada.) Além de tudo, acreditem ou não, o tal exercício foi filmado e apareceu no jornal local, com close aqui em mim....imagina so se eu estivesse "desreprimida"?
(Antes reprimida ridícula vestida do que "desreprimida" ridícula pelada na rua. Eu achava e ainda acho.)
Em um dos exercícios, o grupo com o qual eu trabalharia tinha uma "super desreprimida"; veio dela a idéia brilhante:
"vamos tirar a roupa? eEsse povo do curso tá muito frio".
Claro que argumentei que ninguém ia ficar frio com o nosso grupo ridículo e pelado, mas que seria uma estratégia simples, barata, fácil. Tola, na verdade.
" Assim todo mundo presta atenção, grande droga."
Convenci os outros ( afinal, seria mais uma vez excluída e taxada de reprimida...mas esse mico eu não pagava nem a pau) e a gente fez uma outra coisa qualquer.
Ridicula, claro. Mas vestidos.
Em outro exercício , o "diretor" se concentrava ao ler um texto e a gente, em cima do palco, de olhos fechados
(porque teatro amador brega pra diabo tem que ser feito de olhos fechados) tentava interpretar o tal texto filosófico.....com gestos.
Preciso dizer mais alguma coisa?



******primeiro texto publicado neste blog, em 2006.