27 janeiro 2008

Requentando um texto e lembrando de um chato
















O Arnaldo implica quando eu republico textos.Mas como ele,a sempre delicada Clélia e a aprendiz de historiadora Cecília (sua filha),me deram o prazer de sua companhia ontem -adoro recebê-los em minha casa, acho que já disse isso aqui - e lembramos desse causo,resolvi republicar.Mesmo ele dizendo que estou dando "pão velho",desta vez tenho uma boa desculpa.
Porque eles leram o texto na época que publiquei,e apesar de eu não dizer o nome do fulano,identificaram a criatura NA HORA.E me ajudaram a contar a história para Frou e Débora,que agora,já sabem que devem tomar muiiiito cuidado com esse bonitão-chato.
Então, requento a história para vocês saberem do que se trata.

23 janeiro 2008

Eu e eles











Hoje,em função de uma conversa sobre blogs e outras coisas,pensei muito em meus ex-alunos,da época que trabalhei com pré-adolescentes.
Lembre dessa história e dessa.
Ontem ouvi de uma prima - queridíssima - que ela lê por minha causa,por meu incentivo.Tem coisa melhor pra uma professora ouvir?

20 janeiro 2008

A Renildes do Valter




















Meu querido amigo Valter fez uma brincadeira inspirado na minha cachorrinha,a Renildes.
Leiam sobre a Renildes que ele criou.


"Renildes:
Quando Liliane entrou na faculdade, sua vida mudou. Claro, sempre muda. Primeira vez fora da casa dos pais, teria que se virar sozinha.
Tentou se organizar com os horários, correria, falta de experiência.
Seguindo conselho de amigas e da própria mãe, arrumou uma empregada. Com medo de ferir sentimentos, só a chamava de "secretária". Era a "minha secretária" para cá, "minha secretária, prá lá. Chegava a encher o saco, com o perdão da má palavra. Mas a vida seguia. A mocinha era competente. Quer dizer, mais ou menos competente, que perfeito, só Deus mesmo.
A moça,era um desastre ambulante. Com dois dias, quebrou o botão da máquina de lavar roupas. Girava com tanta força, que o pobre um dia ficou em sua mão. O técnico da autorizada cobrou cinqüenta reais.
Na cozinha, não era diferente. Pratos e copos, quebrados às dúzias. Talheres, sumiam no lixo doméstico. No mais, tudo transcorria na paz de Deus.
Uma tarde de sábado, Liliane levou o namorado Marcelo para seu apartamento. Queriam namorar um pouco, no intervalo das provas de filosofia. Marcelo, porte atlético, grandão mesmo, o desejo da mulherada. Liliane que não vivera tudo ainda, desfilava o puro sangue, fazendo vítimas pelo campus.
Naquela tarde, não percebeu quando "distraidamente" Marcelo passou várias vezes pela apertada cozinha do apartamento, onde Renildes enrolava o serviço. Aos sábados, o trato era que ela trabalharia até que a patroa chegasse da faculdade.
Marcelo, não perdoou. Roça daqui, espremem-se Dalí, marcou uma ponta com a espevitada de corpo violão.
Um tempo depois, Liliane já dispensara o atlético garanhão, apaixonara-se agora pelo professor de história da filosofia, um quarentão divorciado, sem filhos, muito bem apessoado. Tinha sorte para a conquista, a moça. Descobre que Marcelo além das colegas de bancos escolares, traçara a secretária dela. Não titubeia. Dispensa sumariamente a moça. Paga-lhe todos os direitos, pega recibo de quitação como orientada pelos amigos. Desconta os itens quebrados durante a permanência da destruidora em suas dependências. Renildes volta para Itaquera com oitenta reais a menos no pagamento.
Dez anos se passaram, Liliane formada, faz agora o mestrado. Já não precisa de secretária. Aprendeu a administrar a casa. Tem um filho adolescente, o Gabriel que lhe toma o tempo e enche de alegria e preocupação os seus dias.
Ganhou uma cachorrinha do atual namorado, seu orientador na universidade. É uma poodle. Atrevida, possessiva e destruidora. Uma gracinha. Já comeu o botão da máquina de lavar ficando em pé nas patinhas de trás. Pés de sofá, cantos da mesa de centro, até um livro na parte de baixo da estante, foram suas mais recentes vítimas. Liliane não titubeou. Deu-lhe o nome de Renildes. Tem cara de Renildes, age igual e a dona tem certeza, se bobear, toma-lhe o namorado. Não é mais ingênua e não o trouxe ao apartamento ainda.
Nesses dez anos, a vida não foi muito generosa com Renildes, a moça de Itaquera. Espevitada que era, engravidou cinco vezes, engordou, não casou. Cria os cinco filhos trabalhando como diarista. Vida dura, mulher sozinha sofre numa cidade como São Paulo.
Todas as vezes que Liliane vê a cachorrinha, espevitada, carinha de safada, lembra da ex-secretária. É, conclui: o nome foi uma escolha perfeita.
Mulher sabe ser cruel, muito cruel quando quer, eu acho.



Pra quem não sabe,Valter é autor do Capão,outras histórias,publicado pelos vira-latas.
Em breve vai ter resenha por aqui,mas não perca tempo,pode comprar pelo site.Mesmo porque,vocês sabem que só sei fazer resenha,fazendo spoiler,então corram,senão conto tudo.

18 janeiro 2008

Vivinha e Daniel em São Paulo III - o Lord que é um Lord


















Eu e Daniel combinamos de almoçar com Lord Caco na segunda.Saí mais cedo do hotel pra subir a Paulista andando.Como já tínhamos ido ao Masp,achei legal passar pelo Centro Cultural Itaú,Sesc, Casas das Rosas,se desse tempo,na livraria Cultura.
Mas era uma segundona e nas segundonas tudo está em manutenção.Chato,deixa pra próxima então.O problema é que eu fui com um salto de madrinha de bateria de escola de samba e na volta,de metrô,quase pedi uma massagem pro primeiro fulano sentado.("o moço, dá pra dar uma apertadinha no meu pé,tá doendo pacas.").Claro que eu não disse,mas o pé merecia.Ih,gente,alguém ainda fala pacas?
Sem maiores dramas,fomos andando,curtindo a Paulista que eu adoro,até a hora do almoço.Chegamos antes,combinamos no Reserva Cultural,onde eu já tinha ido com a Márcia K.,e adorado.
Daniel curtiu o misto de cinema,teatro,café,livraria,restaurante: como não gostar?
E descobrimos o óbvio: Lord Caco é um Lord.
Espontãneo,inteligente,agradável,gentil.Mas,afinal,o que se espera de um Lord?
Uma amiga me perguntou se eu não temia encontrar amigos de blogs,ficar sem assunto,coisas assim.Não,nunca tive esse receio.
Porque com já disse outras vezes,tomar um café,almoçar,ir ao cinema,qualquer dessas coisas com as pessoas que já entraram na minha vida e no meu coração. Com quem já discordei trinta mil vezes ( não é Valter?),com quem já concordei, com quem já debati, pra quem já reclamei de coisas importantes ou de coisas triviais é fácil.Porque essas pessoas já são minhas amigas.
O almoço foi ótimo,o papo melhor ainda e o café cheio de frescuras -coisa que eu adoro - a barista vem na mesa,faz o café ali, tem cardápio de café,essas coisas.
Lord Caco achou meio morno,mas eu tomava até frio,só pelo prazer das frescurinhas.Gente,estou peruando mais a cada dia,foi pintar as unhas de vermelho e virei esse ser.

15 janeiro 2008

Vivinha e Daniel em São Paulo I - visitando Sibila









Se eu disser que fui conhecer a Sibila,estarei mentindo.Porque eu conheço a Sibila e ela já era minha amiga muito antes de eu conhecê-la pessoalmente.Porque é isso que o blog me trouxe:pessoas maravilhosas dentro da minha vida.
A Sibila foi me buscar e fiquei conhecendo seu marido,seu apartamento show de bola ( quando Daniel foi ao banheiro teve que fazer um caminho com pão picado pra achar o caminho de volta...)e constatar o que eu já sabia: que ela é divertida,inteligente,generosa e especial.
Sibila,você nunca mais vai se livrar de mim,quem mandou ser gente boa?
Quando eu digo pra ela fazer um blog é por motivos altamente egoístas:adoro ler meus amigos,saber o que pensam,discutir,concordar.Então,está fazendo falta o blog dessa comentarista.Eu tenho certeza que muita gente pensa como eu.

14 janeiro 2008

Lar,doce lar

Queridos,acabei de chegar de São Paulo.Foi bacana.Vi parentes,jantei com a Sibila - que ainda não é blogueira,mas que vou ficar infernizando até virar,almocei com o Lord Caco,levei o Daniel no Memorial da América Latina,no Masp,andamos bastante,encontramos amigos de Campinas por acaso,essas coisas.
Depois eu posto tudo,porque vocês sabem:tudo vira post.
Foi uma delícia e tô moída,então,conto depois.
Beijos.

08 janeiro 2008

Prêmios com morangos













Alguns amigos me mandaram mais alguns prêmios-de-blog.
Vou dizer porque GOSTO desse tipo de coisa.Porque é democrático,porque não existe uma banca que decide quem leva ou não a estatueta( ou os morangos).
Como qualquer avaliação e julgamento passa por uma enorme dose de subjetividade e outros bichos,creio que a leitura particular de cada um também pode e deve ser um quesito inportante a ser levado em conta.Sempre penso no texto "O Discurso Competente" da Marilena Chauí e sempre me pergunto: de quem é,efetivamente,o "discurso competente". De qualquer forma,me recuso a ser refém dele.E tomo para mim mesma a decisão de premiar e aceitar ( com vestido vermelho e balançando o cabelão) os prêmios.
Acho uma delícia porque é uma forma de mostrar quem você está lendo,quem está curtindo,de uma forma calcada na informalidade,coisa que adoro.
Eu não repassei os últimos que recebi - recebi um montão,gente,delícia pura - não premiei ninguém. Não porque não goste ou me coloque contra isso. Porque sou absolutamente a favor desse tipo de homenagem.Tem gente, como a Márcia k., Lord Caco e Maristela que sempre cito.Já estão com uma estante de prêmios que mandei.
Mas agora era uma época de escrever outras coisas.
Então,pra começar bem esse ano, vamos aqui dar umas "morangadas" no povo.
Recebi da Santa, que se você ainda não foi ler, está perdendo tempo. E repasso para os seguintes blogueiros.


1) Tem uma nova blogueira no pedaço. É a Karen,pra quem ainda não foi ler,vale a pena rir com o texto fluido e bem escrito,as receitas que são sempre um escândalo e com a forma de se abrir francamente ao mundo.
Então, morangos para a Karen.







2)Esse blog aqui eu descobri por acaso e vocês devem conhecer,posso garantir que já dei boas e deliciosas gargalhadas ali. Então,morangos para Homem é Tudo Palhaço.





3) Eu sou fâ da Urubua desde que comecei com o blog,ela me achou por acaso e eu acho que seu humor ácido e único são ingredientes bacanas pra um blog maluco.
Morangos para a Urubua.





4) Paula Lee,sempre articulada e inteligente,me fez rever muitos preconceitos.
Morangos para a Paula Lee.





5) A Andréa é uma das blogueiras que leio direto,simplesmente acho deliciosas suas ironias que amarram todos os textos. Morangos pra essa professora.

06 janeiro 2008

"Vaso ruim não quebra"









Eu precisei de uns dias,precisei dormir pra caramba,ler Ana Karênina - porque na minha loucura,sempre leio coisa meio punk em momentos ruins,quando me separei pela primeira vez,fiquei lendo A Peste,vai vendo.Precisei chorar muito,me desmilinguir,desistir um pouco de ser polyanna,desistir um pouco de ser "foca" (bater palma pra qualquer merda),precisei ter o humor negro de entrar na comunidade "tá no fundo do poço?abraça a samara",brigar com o Daniel,expurgar tudo o que eu eu tinha de bílis,de tristeza.Acho que que eu precisava lavar a porra desse ano de 2007 assim,com lágrimas mesmo.
Mas passou.
E em grande parte porque tenho a sorte fenomenal de ter amigos que escreveram aqui,mandaram emails maravilhosos,ligaram pra mim.Vocês me fizeram um bem incrível,eu só posso agradecer mil vezes,milhões de vezes.
Porque eu vou confessar uma coisa pra vocês,nesse momento de tristeza e abatimento,volto a ter sete anos e me sinto a mais tímida,a mais "sobrando" do mundo. E quando meus amigos me mostram que isso não é verdade,me tiram do poço, mas me tiram com tudo,é fantástico.
Sábado eu estava na cama,descabelada,atracada com o Tolstói, quando a Karen ligou.
Eu já disse por aqui que tenho radar pra gente do bem e a Karen entrou na minha vida pra ocupar um espaço privilegiado de amiga,existiu desde o começo uma cumplicidade tácita entre a gente,foi realmente algo muito especial.
Ela me ligou, mais ou menos me esculhambando por eu não ter ligado no momento ruim.Em minutos já tinha resolvido tudo: ela e o Bia iam me pegar mais tarde,eu ficaria por lá,dormiria e no dia seguinte me trariam de voltar.
Aí eu falava com ela, me desmilinguia de chorar no telefone e ao mesmo tempo me sentia privilegiada por tudo,por ter gente que ser importava comigo em um momento em que eu estava me sentindo um zero à esquerda.Meus amigos se abalaram de Americana até minha casa e me trouxeram no dia seguinte.
E estar lá foi o prazer de sempre; conversa boa demais,risadas garantidas.
Parecia que eu tinha tomado um vidro de rescue - saca aquele floral que resgata da depressão?, pois é Karen, Bia e Lia foram melhores do que rescue no gargalo.
Depois que os outros convidados foram embora,ainda ficamos vendo Woody Allen de madrugada e,cara,eu garanto pra vocês.Não restava mais nada daquela Vivinha sofredora de dias atrás que tinha perdido até o pique de blogar.Eu era eu de novo.
Ainda ganhei os dois livros do Bia,que vou resenhar por aqui.Só preciso que o Paulinho me devolva o Sexo Anal ( pô,Paulinho,roubar Sexo Anal nem pega bem,heim? logo depois de eu ter elogiado aquele seu texto,nem vem,pode devolver aí...rs)
Então,meus queridos,apesar da obviedade da música,foi nela que pensei nesses dias e ela fica de presente pra todo mundo que mandou energia positiva.
Pra vocês:
Titâs.

02 janeiro 2008

feliz ano novo












Qualquer pessoa que me conheça há algum tempo,sabe que adoro o Ano Novo.É o meu dia predileto do ano,é algo que espero com ansiedade e que curtia a cada minuto.
Eu sempre adorei,sempre me senti tão feliz,tão cheia de esperança,de força,de planos.
Gostava de passar essa festa com família da minha mãe no Rio.Nos último três anos eles optaram por passar em uma casa de praia perto de Búzios. Legal,né?
Pelo menos pra eles.Obviamente não fui mais.Digamos que ficar dentro de uma casa - com todos no sol,na praia - ficar impedida de fazer quase tudo por apenas uma noite de festa não chega a ser meu ideal de felicidade.
O engraçado é que quando minha mãe disse que não dava pra eu ir por causa do sol - sou lúpica,aquela merda toda - todo mundo ignorou as horas torrando no carro,a impossibilidade de ir a praia com todos e ainda ouvi piadinhas porque
" a festa era durante a noite,ora,hahahah".Incrível como conheço pessoas engraçadas.
Não fiz nada no ano passado,após uma demissão,tive pouca força pra curtir o meu dia favorito.Mas eu tentei fazer isso esse ano.
Tentei - e acho até que consegui - aprender muito com as dificuldades (de saúde,fincanceiras,profissionais e emocionais) que passei esse ano.Acho mesmo que aprendi.Por isso,por ter achado que de alguma forma eu havia aprendido uma porra qualquer,esperei que esse ano fosse começar bem.Arrumei a casa,cozinhei com cuidado,essas coisas.
Não vou chatear vocês com detalhes chatos,só quero dizer que passei o ano novo,toda arrumada,como uma idiota,sentada na praça do meu condomínio,vendo os fogos.
Sozinha,mas sozinha mesmo.Sentindo inveja das pessoas que se abraçavam, tiravam fotos.A única coisa que consegui fazer foi chorar e pensar que eu sinceramente não consigo ter forças pra me animar,é completamente patético que eu mesma tenha que fazer isso comigo mesma.
É completamente deprimente que,após um ano tão difícil, onde consegui até perder até a bosta do carro,EU tenha que me consolar.
Por isso eu vou dar um tempinho aqui.Porque além de tudo,estou sem vontade de escrever no blog,que foi uma das únicas coisas que realmente fiz com prazer nessa bosta de 2007.
Mas eu volto.
Beijo.